20 de agosto de 2010

fugir

Fugir, tem o seu não-sei-quê... gostava de não precisar de fugir...
   Fujo enquanto sonho meio acordada, fujo enquanto me refugio nos lençois. Fujo quando fecho os olhos com força e digo para dentro "Não me estás a ver, não me estás a ver!" e quem quer que esteja d'outro lado, fica sem existir. Fica sem saber. Não será tudo o mesmo? Fica sem estar, eu já fugi.

  E enquanto fujo, enquanto me ponho do outro lado da linha, nesse meu mundo, ficas para trás... preciso do meu tempo, preciso de estar comigo e contigo faço parte de um nós, não de um eu.
  E eu preciso do meu eu... preciso de mim só mim sem ninguém lá atrás, sem mais ninguém preso a mim que me faça ser um nós..
 Não é que não te queira, e não me digas 'eu quero sempre um nós' vraiment, desolé...je m'en fou chérie.


O meu avô contou que um dia a limpar a chaminé estavam uns guaxinis (?) e quando ele foi ver o ninho, um guaxini bebé tapou os olhos - eu não te vejo, tu não me ves..
 Gostava de poder fazer isso com o meu pai, eu não te vejo tu não existes. Toda a acção tem uma reacção.
mas parece que não viste... a minha reacção foi fugir, não te ver. 
 conseguiste cortar-me da tua vida - deverei agradecer? - pelo caminho fica o meu irmão... o meu pequeno amor. Pelo caminho fica o meu avô de mãos gretadas, o meu grande amor.
  Então vou fugir, vou tapar os olhos, eu não te vejo, o tempo não me vê.



a ver se consigo esquecer-me por aqui, às tantas ainda me esqueço de reabrir os olhos.

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