10 de novembro de 2008

Ela encostou-se à porta da rua, e notou que estava encostada. Abrio-a a medo e começou a andar devagar em direcção ao res-de-chão direito. Passou a mão distraidamente pelo cabelo negro e com a outra apertou a carta para ver se ela ainda estava no bolso.

"Bato?" pensou. Deu um passo em frente e encarou a porta. Levantou a mão para bater mas arrependeu-se no último instante. Sentia o coração a bater descompassadamente e com uma inspiração bateu na porta.

“Já está. E agora?” A respiração estava irregular e as mãos estavam agitadas. Afastou-se da porta o mais que pode e ficou a olhar com a esperança que ele não estivesse em casa. Virou-se de costas e preparo-se para ir embora. Pela cabeça passam-lhe as imagens dele. O que foi, o que é. Passam-lhe as imagens de quem deixou à sua espera na escola e compara duas pessoas tão diferentes que ela ama.

Atrás de si ouve um som, o som da porta a abrir. O seu coração que já lhe batia com força no peito, agora estava incontrolável.

- És tu?

A rapariga respira fundo enquanto se vira para encarar o rapaz que já não conhece. Busca-lhe os olhos a tentar reconhecer a pessoa a quem tinha jurado amor.

- És mesmo tu.

Queria responder que não, que estava diferente, que tinha crescido, mas isso via ele. Buscou a sua voz mas só lhe saiu um murmurio.

- Olá.

Ele percorreu a distancia que os separava e abraçou-a. Lágrimas salgadas percorriam a sua face enquanto ele lhe beijava o cabelo.

- Sinto a tua falta.

O que é que ela podia responder? Ela tambem sentia a sua falta. Amava-o sem dúvida, mas ela não podia.

- Eu estava deitado, vem.

Percorreu com ele os corredores daquela casa que conhecia tão bem, mas que há quase 3 anos não via. Conhecia tão bem o cheiro do seu quarto e deitou-se com ele. Chorou o tempo todo em que estiveram abraçados, sem dizer nada. Ela olhava para os seu olhos, a tentar reconhece-lo. Já não era a mesma pessoa assim como ela também não. Levantou-se e beijou-o

- Eu amo-o. Desculpa.

Tirou a carta do bolso e deixou-a em cima da mesa, assim como o anel que ela havia guardado durante 3 anos.

- Amo-te.

E a rapariga foi embora, ao encontro de quem a esperava na escola.

“ Paredes,

Amo-te hoje, como amei ontem e como hei-de amar durante muito tempo. Não sou capaz, detesto ver-me tão fraca, tão pobre de espirito. Vejo me a desistir de um nós impossivel, mas não existe outra maneira.

Sinto a tua falta,

Xana

1 comentário:

innes disse...

aw xana *o*
que texto profundo
tens de me explicar :P
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