3 de outubro de 2008

Carta para ti



Lisboa, outono de 2008

Tenho uma carta para ti, não é uma carta de amor perfumada.
Não tem uns lábios marcados com batôm no fim, selando um beijo.
Não tem juras nem promessas. Não vou dizer que te amo, dessas já tu as tiveste e perdeste.
Não existem mais cartas assinadas com o meu nome. Palavras escritas com amor.
Vou dizer que me magoas-te.
Cada palavra que não me disses-te.
Cada beijo que não me deste.
Doi. Doi saber que apesar de me ter desprotegido, pensando que me guardarias, tu me abandonas-te.
Desisti, assim como tu. Fechei-me no meu casulo porque não conseguia continuar. Acreditava que o sol ia voltar e com ele o teu sorriso.
Acreditava que as lágrimas que chorava iriam se sorrisos de volta quando voltasses.
Agora olhando para trás, vejo que nunca me amas-te. Desculpa ter acreditado.

Doi, mas posso dizer

Je ne t'aime pas.

Sem comentários: